quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

nas molduras da memória



focado no teu olhar o meu reflexo na tela

assim carícias em segredo sonhadas
nem sempre são ilusão

há por vezes uma luz 
Que nos diz…

posso sempre esperar por ti




segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

quase uma primavera à flor da pele



um pensamento 
viaja
e o coração
 vai junto.



* traga  uma semente
senão me desintegro.



o melhor que se tem a fazer é participar....






 havendo ou não caminhos é nos meus pés a linha contínua e tesa que estendo sem notar por sobre crateras e tropeços  que me impele adiante nesta selva de pedras.  e a serenidade também aparece,. nela pode-se finalmente  ver a luz que atravessa a vida muito além da cidade.


'quando te encarei frente a frente
não vi o meu rosto.
chamei de mal gosto o que vi
de mal gosto, mal gosto....'


parabéns São Paulo!

domingo, 24 de janeiro de 2016

Alguns infinitos são maiores que outros








é a vontade
de explodir em
fogo de artifício,
a força interior
do pólen masculino
que impele a flor a abrir
e a flor
é o lugar mais
requintado,
lindo e confortável
que o pólen
encontrou para guardar
a sua força interior.
 quando ele precisa voar,
   avisa-a,
  ela pede ajuda
  ao Sol e abre.
    ela agradece
     que ele voe.
      ela assim multiplica-se.
       multiplica-se
        em cuidados para ele.
         e embeleza o mundo!

sábado, 23 de janeiro de 2016

sobre esperanças de remendo....



A noite ronrona baixinho e compõe uma geometria perfeita de enganos, oferecendo-me mãos cheias de possibilidades enquanto eu faço que acredito e me rebolo nas tessituras mornas dos lençóis, entornada de escuridão, arquejando pelo início do dia em explosões verossímeis de luz.     Tu escondes o desvario nas palavras que não escreverá e encaixa num recanto de si a frase normal, como se esta lhe fizesse cócegas para sempre.    Te desejo compungido, ao menos incomodado.   Quero que me olhes com a expressão aflita que fazem os que dão de caras com a sua maior perda mas tentam disfarçar.    Em ultimo caso, não tente questionar.    Toda minha coragem está em te deixar partir.





quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

em cada curva da vida





pensando que pensa
que não pensa nada
e continua a pensar





[bendito o momento
em que o presente
me enche a boca]

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

com mesuras dispensáveis







eu estou rasa,
ou talvez transbordante,
porque não há mais 
espaço em mim.



-enquanto os olhos de fora 
observam 
a cena, 
os olhos de dentro 
navegam por
 outras imagens-





sábado, 16 de janeiro de 2016

até que todas as coisas sejam mudas







quando a paixão me amanhece , desço até ao fundo da noite,  desenraízo o tempo,  alcanço uma estrela,  vivo na imaginação de todos os pássaros e acendo o futuro num gesto antecipado.    
por tanto querer faço tudo ou quase nada.






sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

...é um nascer a toda hora






Os homens viajam para se maravilharem com
 A altura das montanhas
As ondas imensas do mar
Os longos cursos dos rios
O vasto âmbito dos oceanos
O movimento circular das estrelas;
e passam por si mesmos sem se maravilhar."

 [ Sto. Agostinho ]




apenas faça com
 totalidade o que estiver fazendo;
 perca-se no ato, perca o fazedor no fazer ...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

é sempre nos meus pulos o limite







"[…] aqui digo:
   que se teme por amor;
      mas que, por amor,
        também, é que a coragem se
              faz […]"

                João Guimarães Rosa








mas, saiba, mantenho acesa
aquela vela na janela
afinal, nunca se sabe quando
alguém pode querer se achar
ou se encontrar, não é?
.




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

momentos velozes em que o tempo pára




[quem sabe
se eu circular mais rápido
chego a ver o que parece
me seguir a cada passo]






Podes dizer-me, por favor, 
que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
Lewis Carroll







domingo, 10 de janeiro de 2016

ao Deus do Amor











'dai-me luz
a mesma luz que me retira a estranheza
e que me devolve a minha própria natureza.
a mesma luz que clareia os meus passos
e que me devolve um sentido de vida, de direção.
a mesma luz que no fundo do túnel
abre um campo aberto de possibilidades,
um universo de oportunidades.
e que faz a minha vida na terra
ter mais significado...











_ ' que Deus me  proteja de mim 
 da maldade de gente boa 
e da bondade da pessoa ruim.'
Chico Cesar




quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

No mapa do amor pouco importa a direção




 Comodidade
sf (lat commoditate)

1. Qualidade do que é cômodo.
2.Aquilo que contribui para o bem-estar físico; conforto.
3. Oportunidade, ocasião favorável.
4. Meio fácil de fazer ou de usufruir alguma coisa.
5. Bem-estar, regalo.





Regalo
sm
1. Prazer, especialmente de mesa.
2. Iguaria apetitosa.
3. Gozo material.
4. Presente ou mimo com que se brinda alguém.
5. Antigo agasalho, geralmente de peles.
6. Rede de braços no aparelho de arrastar.




...voltar ao aconchego
onde o primordial é
serem a mesma coisa
em qualquer lugar
desde que o amor
aja!

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Soltam-se as amarras e os nós






Queria que percebesse que há entre nós um laço, mais do que um laço, um nó górdio, um amor complexo e irremediável, cheio de voltas e contravoltas, que ninguém poderá cortar com a sua espada, mesmo que especialmente (des)embainhada para o efeito.  Sei que hoje nada sentes, ocupado que estas com a aritmética inexata da sobrevivência, provavelmente estas palavras pouco te dizem,  tudo pode te parecer um pesadelo e  não acredita em mim no fim [como o fio de Ariadne] a te puxar deste labirinto.    Mas um dia olharemos para trás e leremos os dois este texto premonitório, palavra por palavra, promessa por promessa, juro!  e então será você  a embalar-me ,   afugentando os meus fantasmas com a mão como se fossem apenas insetos incômodos e não esta bola de fogo que me queima e me faz acordar no meio da noite, rolando pela cama o medo de te perder para sempre na fumaça dos terrores que inventas para ti mesmo.






sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

...é um nascer a toda hora








para voar, é preciso encher o corpo de vento
e amar a própria pequenez
é preciso aprender com os passarinhos
chamá-los de mestre,
e cantar as manhãs
 para só depois fechar os olhos,
e perder o chão.